Fonte:Agência FAPESP (07/10/2013)
Ao estudar in vitro a interação entre macrófagos e uma bactéria do gênero Salmonella,
pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
descobriram um mecanismo até então desconhecido do sistema imunológico
para o controle de infecções.
Os resultados da pesquisa foram divulgados em agosto na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Realizada com apoio da FAPESP
por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, a
pesquisa foi coordenada por Karina Ramalho Bortoluci, professora adjunta
do Departamento de Ciências Biológicas, e inclui o trabalho de doutorado de Silvia Lucena Lage.
“Os macrófagos são sentinelas imunológicos. São as primeiras células
de defesa que chegam para fazer o reconhecimento do antígeno e
determinar se ele é ou não uma ameaça ao organismo. Quando os macrófagos
entram em contato com moléculas presentes em bactérias patogênicas, uma
série de respostas é ativada nessas células para ajudar no controle da
infecção”, disse Bortoluci.
O grupo do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas
(ICAQF), da Unifesp, estudou especificamente o que ocorre quando os
macrófagos entram em contato com uma proteína chamada flagelina,
existente no flagelo (órgão de locomoção) de bactérias móveis
patogênicas, como as dos gêneros Salmonella e Legionella.
Segundo Bortoluci, estudos anteriores mostraram que a flagelina se
liga a dois diferentes receptores presentes nos macrófagos: um conhecido
como TLR5 (toll-like receptor 5), que fica na membrana da célula, e
outro chamado NLRC4 (NOD-like receptor contendo domínio CARD 4),
localizado no citoplasma.