Fonte: Folha de São Paulo (06/11/2012)
O pão integral industrializado não é tão integral assim, mostra análise
da Proteste (órgão de defesa do consumidor). Quatro entre sete marcas
testadas têm mais farinha tradicional do que a não refinada na
composição. A análise mediu a quantidade de fibras dos produtos (todos tinham mais
do que o indicado no rótulo) e avaliou a lista de ingredientes da
embalagem que, por determinação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, devem ser organizados em ordem decrescente de quantidade. "Em quatro marcas, o primeiro item da lista é a farinha refinada. Não é o
que se espera de um pão integral", diz Manuela Dias, nutricionista e
pesquisadora da Proteste.
O resultado evidencia a falta de regulamentação do setor e levanta a
questão: quanto de grãos não processados um alimento precisa ter para
ser vendido como "integral"? As normas brasileiras ignoram o tema. "Faltam parâmetros. O consumidor não sabe o que compra", critica Dias. Outros países têm normas específicas sobre isso. Nos EUA, o pão integral
de trigo só pode levar esse nome se for produzido apenas com farinha
integral. Na Holanda, apenas pães feitos com 100% de grãos não
processados ganham o rótulo de integrais.